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terça-feira, 29 de maio de 2012

Cientistas criam memória regravável em DNA.


Escherichia coli vista em microscópio eletrônico (Fonte da imagem: NAID)
É possível comparar a molécula de DNA com as memórias de somente leitura (ROM), ou seja, os dados estão presentes, mas, a princípio, não podem ser alterados. Entretanto, da mesma forma como as memórias flash e EPROM podem ser regravadas mediante algum processo específico, o DNA também é capaz de armazenar novas informações e sobrescrevê-las sempre que necessário. Pelo menos isso é o que indica a pesquisa conduzida por Drew Endy, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.
De acordo com artigo publicado pela Nature, circuitos biológicos regraváveis já foram produzidos antes e podem ser usados para habilitar ou desativar características fornecidas por genes. Desta vez, Endy e sua equipe uniram elementos genéticos de um vírus que infecta bactérias no DNA da Escherichia coli, um dos microorganismos simbiontes do ser humano.

Disco rígido celular

O sistema é formado por pedaços que sinalizam para as enzimas produzidas pelo vírus que o DNA deve ser “recortado” e “colado” de voltada ao cromossomo em uma orientação diferente. Dessa forma, os pesquisadores perceberam que o processo pode ser refeito até 16 vezes e que ele é puramente digital, ou seja, dependendo da orientação do trecho de DNA colado, ele pode servir como “0” ou “1”, como no sistema binário usado pelos computadores.
Além disso, a célula não gasta energia extra para armazenar a memória, usando apenas o suficiente para realizar a manutenção do DNA. De acordo com Endy, a combinação desses elementos pode ser usada para rastrear atividades microscópicas, como a série de divisões necessárias para que uma célula-tronco se torne uma célula adulta.
“O que o grupo de Drew conseguiu fazer e que outros ainda não haviam demonstrado é a habilidade de criar muitos ciclos para essa memória, o que pode ser comparado a gravar um bit em um disco rígido, lê-lo e alterá-lo novamente, muitas e muitas vezes”, disse o biólogo Eric Klavins, da Universidade de Washington, para a revista Nature.
Fonte: Nature


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